Há 80 anos, Getúlio Vargas fundava a Vila de Xavantina, primeira grande conquista da Marcha para o Oeste

FELIZ ANIVERSÁRIO!

0

Da Redação – Ezioi Garcia

Conta a história que sobrevoando o centro oeste nos idos de 1943, voltando de uma viagem à Amazonia, o então presidente Getúlio Vargas teria avistado do avião um ponto luminoso nas proximidades do Rio das Mortes, segundo se acredita, no local hoje conhecido como Araés -já famoso desde a época dos Bandeirantes pela visão da “Serra dos Martírios”, lenda que no século XVIII despertou sonhos e cobiças de garimpeiros e aventureiros do Brasil e do mundo, e que nunca mais voltou a ser vista.

Seja lá como for, o fato concreto é que o voo e a suposta visão devem ter sido experiências marcantes para o presidente, pois que, retornando à então capital do País no Rio de Janeiro, em trinta dias organizou e pôs em marcha da Expedição Roncador Xingú, que saiu do Largo São Bento, na capital de São Paulo, em 07 de dezembro de 1943, rumo à “Serra dos Martírios”, conforme estampou o jornal O Estado de São Paulo em sua manchete daquele dia: “Expedição Roncador Xingú parte em busca dos Martírios”.

TRANSFERÊNCIA DA CAPITAL

É verdade que este não era o único motivo e função da expedição. Havia um outro mais nobre e patriótico: a transferência da capital do Rio Janeiro -vulnerável à ataques marítimos por invasores já que estávamos em pleno andamento da segunda guerra mundial; para um local seguro, no interior do País.

Era a Marcha para o Oeste, concretizada mais tarde pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, com a construção de Brasília.

No dia 28 de fevereiro de 1944, depois de enfrentar agruras e dificuldades sem fim, vencendo a selva bravia, desbravando a pé e no facão a mata, abrindo caminho na marra e imbuídos do mais alto espirito cívico, chefiados pelo Coronel Flaviano de Mattos Vanique -gaúcho e auxiliar direto do presidente Vargas- os expedicionários alcançaram a margem direita do Rio das Mortes, e no dia 14 de abril, na atual Praça Cívica, marco zero da cidade, fundaram a pequena Vila Xavantina -nome dado em homenagem aos índios Xavantes.

Estava iniciado o movimento de interiorização do Brasil, que teve na Expedição Roncador Xingú seu fiel escudeiro e na fundação da pequena Vila de Xavantina a conclusão vitoriosa e comemorada de sua primeira etapa.

Alí construiram a pista de pouso para os aviões da Força Aérea Brasileira trazer remédios, equipamentos, alimentos e tudo o que fosse preciso parea levar a bom termo a empreitada. Alí construiram as primeiras casas, para os expedicionários, que vieram residir com suas famílias.

NOVA CIVILIZAÇÃO

O presidente Getúlio Vargas esteve pessoalmente no vilarejo, em 1947, deixando registrado no livro de visitas da então Fundação Brasil Central, a sua assinatura, em baixo da seguinte frase:”Xavantina, local predestinado a construir uma nova civilização”.

O livro e todos os pertences da extinta fundação foram destruídos por um incendio, segundo a imprensa, “criminoso”.

Nascida sob os brios dos mais nobres sentimentos cívicos, a pequena Vila de Xavantina passou a ser o posto avançado da Marcha para oOeste e da Expedição Roncador Xingú, o ponto de partida para o prosseguimento do projeto, que seguiu até o Rio Xingú, já com os irmãos Villas Boas, domesticando indígenas e fundando vilas e cidades, que hoje compoõem o nosso querido Vale do Araguaia.

Tornando-se posteriormente distrito de Barra do Garças, juntamente com o distrito de Nova Brasília, que se formou do lado oposto do rio; em 1980, ambos se fundiram num só: Nova Xavantina, que se emancipou de Barra do Garças, tornando-se o municípiio próspero que é hoje, forte na agricultura, pecuária, mineração e nos atrativos turisticos, banhado pelo Rio das Mortes e por um complexo de cachoeiras, piscinas naturais e praias paradisíacas.

ADORÁVEL PRINCESA!

Neste domingo, 14 de abril, a cidade completa oitenta anos de fundação, e quarenta e quatro anos de emancipação política e administrativa.

Feliz aniversário, rica e formosa Dama, bela e indomável Princesa, adorável e adorada! Nós, viajantes apaixonados, continuamos quedados pelo seu canto, pelo seu encanto e pelo seu mistério!. Nós te amamos incondicionalmente…

Muitississíssimos parabéns e estaremos sempre juntos. Sempre!

COMPARTILHAR